terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vida abaixo da superfície

Um navio de guerra americano, aposentado em 1983, que abrigou, em seus 160 metros de comprimento, uma galeria de arte no fundo do mar. Este é o General Hoyt S. Vandenberg, um navio militar norte-americano, afundado desde 2009, na costa de Key West, na Flórida, nos Estados Unidos, para servir de recife artificial. A embarcação exibiu a mostra "Life Below Surface" ("Vida Abaixo da Superfície"), do austríaco Andreas Franke.

As bailarinas de Andreas Franke fazem parte da exposição (Foto: Reprodução)

A exposição apresentou fotografias manipuladas do naufrágio do Vandenberg, feitas por Andreas em uma incursão pelos destroços do navio. Quando voltou a terra firme, o fotógrafo resolveu mesclar imagens - manipuladas digitalmente - de pessoas, com as fotografias do que sobrou da embarcação, criando uma espécie de sociedade subaquática. Para o fotógrafo, a experiência é algo inovador e único. "É uma possibilidade fantástica para qualquer mergulhador. Visitar um naufrágio e ver uma exposição de arte", disse Andreas em entrevista ao dominical Fantástico.

Equipados com roupa de mergulho, máscara, cilindro de oxigênio e pé de pato, os visitantes da mostra precisam navegar por quarenta minutos até chegarem ao local da mostra, localizada à 11 km de Key West, na Flórida. Depois, basta mergulhar e seguir a longa corda que guia o caminho.

A série de 12 fotografias foi exibida no casco do próprio navio, a mais de 30 metros de profundidade. Para segurar os quadros, sem estragar a superfície propícia para os corais, foram utilizados forte ímas na parte traseira das obras. De modo a retardar a ação natural do mar sobre as imagens, as mesmas foram protegidas por molduras de aço inoxidável com vedação de silicone.

A mistura de cenas cotidianas - como a aula de balé, a criança que corre atrás de peixes (e não mais borboletas), uma luta e até mesmo uma ida ao cinema -, e um figurino antiquado, a um cenário completamente esquecido sob o alto-mar da Flórida transmite ao espectador a sensação de ver um mundo parado no tempo. As sutis montagens podem nos levar ainda a pensar se, de fato, as pessoas retratadas não estiveram no navio enquanto este esteve na superfície.


Para quem foi visitar as obras, o tempo de duração não era motivo para se preocupar. A exposição foi montada de forma que cada visitante tivesse a oportunidade de apreciar todos os quadros e voltar para a superfície antes de oxigênio acabar.

Depois de atingir a marca de mais de dez mil visitantes, o austríaco resolveu dar fim à mostra. Tudo porque, mesmo com a proteção das imagens, o mar já começava a danificar as obras - os vidros de algumas já estavam cobertos por lodo. "Tenho agora as marcas do fundo do mar", contou Andreas.


Mas se você, assim como eu, não teve a oportunidade de ver os quadros ao vivo, o fotógrafo garante que a exposição vai ser apresentada em uma galeria, desta vez, na superfície. Sobre outra exposição sob as águas, Andreas se reserva ao mistério. "Vamos ver", afirmou.

Confira aqui o vídeo da exposição (em inglês):


Até a próxima!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Awilda na enseada de Botafogo

Se você já passou pela enseada de Botafogo este mês, há de ter reparado uma gigantesca escultura de um rosto feminino nas areias da praia. Obra do artista espanhol Jaume Plensa, a intervenção, que recebeu o nome de Awilda, é toda feita em pedra de mármore e resina e foi colocada na praia no último dia três de setembro. A escultura segue a moda das grandes metrópoles europeias, que instalam obras itinerantes em águas urbanas. Assim como a última obra postada aqui no blog, Awilda também faz parte da mostra OiR - Outras Ideias para o Rio - de Arte Contemporânea. Mas afinal, o que significa a escultura?

A obra "Awilda" estáexposta à beira-mar da Praia de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro
 
De acordo com o espanhol, a imponente obra, de 12 metros de altura, é uma homenagem a Iemanjá - orixá do qual Plensa se diz devoto - e demorou cerca de quatro meses para ficar pronta. "A escultura tem que ser como gente, intervir na paisagem dessa praia maravilhosa. Expressa minha admiração por Iemanjá e a relação importante com o espaço público", disse o artista plástico ao portal Terra. Ainda segundo Plensa, a inspiração para a obra veio de uma menina tailandesa. Mas, de acordo com ele,  apesar de a jovem ter um nome, seu rosto é universal. "A intenção da obra é fazer as pessoas sonharem", afirmou. A obra deve ficar exposta até o dia dois de novembro.
 
 
 
  • Sobre Jaume Plensa
Jaume Plensa é o criador de "Awilda"
O artista catalão Jaume Plensa, nasceu em 1955 e atualmente vive em Barcelona. Reconhecido por diversos trabalhos criados em espaço público, como o Crown Fountain, em Chicago, nos Estados Unidos; o Breathing no the BBC Headquarters, em Londres, na Inglaterra,;o Bridge of Light, em Jerusalem, e World Voices na Burj Khalifa, em Dubai.
  
Em sua estreia no Brasil, as obras do artistas são expostas pela Galeria Leme, em São Paulo. Para acessar o site da Galeria, clique aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Domo de Argila ganha nova forma

Quem passar pelo Centro Cultural da Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro, não vai mais encontrar o enorme Domo de Argila pendurado na parede. É que a obra do artista inglês Andy Goldsworthy, e que está exposta na mostra OiR - espalhada por toda a cidade - desabou no último dia oito de setembro.

O Domo de Argila desabou no último dia oito

Segundo o artista, a queda não foi um acidente. Goldsworthy afirmou que a intenção era mesmo de que a obra, em um determinado momento, cedesse, de modo a formar uma nova escultura. De acordo com responsáveis pela organização da mostra, a transformação da obra faz parte do caráter inovador e transformador da exposição, que conta com inúmeras obras a céu aberto na cidade. A ideia é dialogar com todo o panorama da cidade.

O Domo de Argila, de Andy Goldsworthy, está exposto na Rua Coelho e Castro, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, em frente ao número 32, no Rio de Janeiro.

Assista o vídeo do making off da produção do "Domo de Argila" .

Até a próxima!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Marilyn Numerisé de Yvaral na Art Rio 2012


Um dos destaques da Art Rio, que começa amanhã, dia 13, no Píer Mauá no Rio de Janeiro, a obra “Marilyn Numerisé”, do francês Jean Pierre Vasarelly - conhecido como Yvaral será exposta pela galerista carioca Eliana Benchimol.


A tela, feita em 1994, faz parte de uma série de retratos feitos pelo artista com a técnica conhecida como "arte numérica". O objetivo do estilo é usar regras matemáticas ou algorítmos, para compor fotografias em padrões geométricos, de forma a criar uma imagem reconhecível de longe, e abstrata de perto. A técnica foi criada por Yvaral em 1975. Hoje em dia, é relacionada à obras criadas em programas de edição de imagens, uma vez que o artista usava computadores para processar, digitalmente, as imagens.

O retrato de Marylin foi exibido pela exposição itinerante "Los Cinéticos", que teve início no Museu Reina Sofia, em Madrid, na Espanha, e, em 2007, chegou ao Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A série foi eleita a melhor de toda a exposição daquele ano, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.

O quadro estará exposto no Armazém 2 da feira. Não perca!

Beijos!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

As esculturas de Steven J. Backman

A Casa Branca, Golden Gate, a Torre Eiffel, o Meydan Grandstand - de Dubai - e uma enorme variedade de pontos turísticos do mundo, esculpidos em palitos de dente. É isso mesmo, palitos de dente. Com muita habilidade e dose extra de paciência,o artista americano Steven J. Backman, produz esculturas incríveis de grandes monumentos.



Ficou curioso? Então dá uma conferida no site do artista.

Beijo!


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

30º Bienal de Arte de São Paulo - A iminência das poéticas

Setembro é o mês do Brasil no campo das artes plásticas. Enquanto no Rio de Janeiro o Píer Mauá recebe artistas e apreciadores das artes de todo o mundo, São Paulo sedia a sua 30º Bienal de Arte, a ser realizada  no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera.

 

A feira, que acontece do dia 7 à 9 de setembro, tem entrada gratuita, e será dividida em quatro temas - "Sobrevivências", "Alterformas", "Derivas", "Vozes" e "Reverso"- que conversam entre si. Todas essas exposições estão sob o título A iminência das poéticas, que procura apresentar a arte como instrumento de expressão entre obras e artistas variados, reunidos em uma mesma plataforma de encontro.

A previsão para este ano é de que o evento receba mais de três mil obras de cerca de 110 artistas, sendo 21 deles brasileiros - entre eles Sofia Borges, Eduardo Berliner, Lucia Laguna e Marcelo Coutinho. Algumas peças serão produzidas exclusivamente para a exposição. Além da mostra principal no Pavilhão do Ibirapuera, outras exposições estarão espalhadas pela cidade. O Museu da Cidade, no MASP, o Museu de Arte Brasileira da FAAP (MAB-FAAP) e o Instituto Tomie Ohtake, são alguns dos locais que receberão obras baseadas no tema da Bienal. Além disso, intervenções na Estação da Luz e Avenida Paulista também são esperadas para completar o evento.

Então atenção paulistas e turistas: Se vocês passarem por lá, fotografem muito e mandem as fotos para o Sem Moldura!

30ª Bienal de São Paulo - A Iminência das Poéticas
Entrada:
gratuita
Local: Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera, São Paulo
Data: de 7 à 9 de dezembro de 2012
Horários: terças, quintas, sábados, domingos e feriados - das 9h às 19h (entrada até as 18h) / quartas e sextas - das 9h às 22h (entrada até as 21h) - fechado às segundas.

Beijos!