As bailarinas de Andreas Franke fazem parte da exposição (Foto: Reprodução) |
A exposição apresentou fotografias manipuladas do naufrágio do Vandenberg, feitas por Andreas em uma incursão pelos destroços do navio. Quando voltou a terra firme, o fotógrafo resolveu mesclar imagens - manipuladas digitalmente - de pessoas, com as fotografias do que sobrou da embarcação, criando uma espécie de sociedade subaquática. Para o fotógrafo, a experiência é algo inovador e único. "É uma possibilidade fantástica para qualquer mergulhador. Visitar um naufrágio e ver uma exposição de arte", disse Andreas em entrevista ao dominical Fantástico.
Equipados com roupa de mergulho, máscara, cilindro de oxigênio e pé de pato, os visitantes da mostra precisam navegar por quarenta minutos até chegarem ao local da mostra, localizada à 11 km de Key West, na Flórida. Depois, basta mergulhar e seguir a longa corda que guia o caminho.
A série de 12 fotografias foi exibida no casco do próprio navio, a mais de 30 metros de profundidade. Para segurar os quadros, sem estragar a superfície propícia para os corais, foram utilizados forte ímas na parte traseira das obras. De modo a retardar a ação natural do mar sobre as imagens, as mesmas foram protegidas por molduras de aço inoxidável com vedação de silicone.
A mistura de cenas cotidianas - como a aula de balé, a criança que corre atrás de peixes (e não mais borboletas), uma luta e até mesmo uma ida ao cinema -, e um figurino antiquado, a um cenário completamente esquecido sob o alto-mar da Flórida transmite ao espectador a sensação de ver um mundo parado no tempo. As sutis montagens podem nos levar ainda a pensar se, de fato, as pessoas retratadas não estiveram no navio enquanto este esteve na superfície.
Para quem foi visitar as obras, o tempo de duração não era motivo para se preocupar. A exposição foi montada de forma que cada visitante tivesse a oportunidade de apreciar todos os quadros e voltar para a superfície antes de oxigênio acabar.
Depois de atingir a marca de mais de dez mil visitantes, o austríaco resolveu dar fim à mostra. Tudo porque, mesmo com a proteção das imagens, o mar já começava a danificar as obras - os vidros de algumas já estavam cobertos por lodo. "Tenho agora as marcas do fundo do mar", contou Andreas.
Mas se você, assim como eu, não teve a oportunidade de ver os quadros ao vivo, o fotógrafo garante que a exposição vai ser apresentada em uma galeria, desta vez, na superfície. Sobre outra exposição sob as águas, Andreas se reserva ao mistério. "Vamos ver", afirmou.
Confira aqui o vídeo da exposição (em inglês):
Até a próxima!